Investir em ESG já não representa gasto para as grandes companhias do mundo. É oportunidade que pode trazer rios de dinheiro. Em menos de duas décadas, os investimentos ESG chegaram a US$35 trilhões. Os ativos globais administrados em carteiras rotuladas como “ESG” devem atingir US$53 trilhões em 2025.

Esse crescimento exponencial é fruto do desejo crescente dos investidores de apostarem em empresas responsáveis. No entanto, na era digital, é possível perder a confiança dos investidores em minutos, e no mundo todo. Por isso é importante se atentar para cada detalhe do seu negócio, para todos os parceiros e contratos. Quase todas as operações das grandes empresas envolvem uma cadeia de abastecimento global. Para medir com precisão os riscos ESG de uma empresa nesta rede de suprimentos suas operações de ponta a ponta devem ser consideradas.

O DILEMA DAS AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO

A maioria das agências de classificação ESG não mede o desempenho ESG das empresas sob a ótica das cadeias de suprimentos globais que apoiam suas operações. Por exemplo, a medida ESG da Bloomberg lista “cadeia de suprimentos” como um item no pilar “S” (social). Assim, as cadeias de suprimentos são tratadas separadamente de outros itens, como emissões de carbono, efeitos das mudanças climáticas, poluentes e direitos humanos.

As emissões de carbono são outro exemplo. Muitas empresas têm obtido sucesso na redução das emissões de suas próprias operações. Ainda assim, as emissões de seus parceiros e clientes, conhecidas como “emissões do Escopo 3”, podem permanecer altas. As agências de classificação ESG não incluem as emissões do Escopo 3 devido à falta de dados: só 19% das empresas na indústria de manufatura e 22% na indústria de serviços divulgam esses dados.

Todavia, sem levar em conta toda a cadeia de suprimentos de uma empresa, as medidas ESG falham em refletir as redes globais da cadeia de suprimentos das quais grandes e pequenas empresas dependem para suas operações diárias.

MAIORES COBRANÇAS

Os consumidores cobram os governos e os governos abrem os olhos para o desempenho das empresas em toda a cadeia produtiva.

As agências terão que mudar suas metodologias para mensurar o impacto dos fornecedores e vincular todas as dimensões ESG às operações de ponta a ponta da cadeia de abastecimento de uma empresa. Dessa forma, veremos líderes corporativos impulsionados a tomar decisões responsáveis por toda a cadeia produtiva. Quem não se adaptar vai ficar para trás.

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