O fórum realizado no começo do ano na Suíça trouxe temas sensíveis e urgentes para colocarmos em pauta, teve como temática central a “Cooperação em um mundo fragmentado“. Através do 18º relatório de riscos globais, que traz um levantamento global com as projeções dos próximos dois anos e também para a próxima década visando 2033, com assuntos longos e densos, faz-se necessário uma série de reflexões, mais do que isso, um convite para novas ações, novas direções.

Os assuntos de maior urgência para o ano de 2023, que podem se desdobrar caso não encontremos soluções breves, foram: crise de abastecimento de energia; crise no custo de vida; inflação crescente; crise de abastecimento de alimentos e ciberataques em infraestrutura tecnológica.

O que vem sendo denominado como crise no custo de vida, vem associada à alta destruição da biodiversidade das espécies no planeta, que também é um risco alarmante considerando as projeções para 2033, que se desdobra em outros problemas, como a migração involuntária em larga escala, uma superpopulação em busca de regiões com qualidade adequada de vida, o que vai impactando diversas transições sociais. Com o fator agravante na busca por soluções para encontrar esses novos caminhos são os fatos que estamos vindo recentemente de 2 anos de pandemia e a mais nova guerra na Europa, que já dura 1 ano, onde dificulta o relaxamento global para criar uma nova direção.

Fora do Top 5 dos riscos de 2023, mas não menos importantes, estão os grandes alertas para a próxima década, em 2033, que são velhos conhecidos, mas para os quais ainda não conseguimos criar uma solução efetiva: falha em estabilizar trajetórias dos valores de consumo; falha em mitigar as mudanças climáticas e falha na adaptação às mudanças climáticas, estas duas últimas pela primeira vez classificadas separadamente, e um grande alerta também ao crescimento veloz do potencial tecnológico, ditando uma nova economia, uma nova formação educacional e uma série de novos mercados em sociedades que ainda não estão estruturadas para receber tudo isso, abrindo as portas para crimes cibernéticos generalizados, uma insegurança cibernética, que também irão ditar novos impactos numa transição econômica, empresarial e social.

Mesmo o foco estando em um estado de sobrevivência do planeta para as crises atuais, no meio de tantos obstáculos existem as novas tendências e algumas soluções já se encontram aqui e agora também, para quem tem disponibilidade em fazer parte da mudança. As empresas têm um papel fundamental em promover essa mudança e podem contribuir para acelerar as transições necessárias, para isso as medidas adequadas precisam ser tomadas imediatamente. Considerando que mais de 50% da nossa economia depende da sobrevivência da biodiversidade, precisamos alinhar nossas ações e estratégias de negócios, algumas chaves são trazidas para que isso aconteça em alguns setores, como os exemplos dados no setor alimentício, onde 40% dos produtos são perdidos. Medidas podem ser tomadas para alinhar uma produção mais sustentável e, ao mesmo tempo, colaborar para a redução da fome no mundo. Outro exemplo vem da indústria automobilística, onde cerca de 870 bilhões poderiam ser economizados se houvesse uma eficácia na reciclagem e novas estratégias em uma produção mais sustentável. Em um levantamento geral dos diversos setores da sociedade, há uma oportunidade econômica significativa, cerca de US$ 10,1 trilhões por ano, que pode ser aproveitada tomando as medidas certas.

Então vemos dois cenários, praticamente uma fenda em diferentes polos de informação, cabe escolhermos em qual direção vamos seguir, mais do que isso, onde queremos alinhar a marca das nossas empresas, a identidade das nossas cidades e o nosso caminhar na humanidade. Alinhando tecnologia e alta qualidade de informação, abrimos as portas para, através do Sustainable Business, construir juntos essa nova realidade, com uma cadeia de ações necessárias nessa regeneração. Fortalecendo os três pilares ESG, as empresas conseguem lançar um novo olhar para onde direcionar seus investimentos, desenvolvendo estratégias para implementar mudanças sustentáveis e com responsabilidade social, impactando positivamente toda a sua rede interna e externa de fornecimento.

Alguns números de impactos já podem ser visualizados, como a iniciativa ‘Conhecendo os ODS’, que teve uma itinerância histórica pelo Brasil no ano de 2022, assim como o ‘Projeto Liderança Dharmica – Global Goals’, onde colaboramos para que a sabedoria indígena tenha a voz necessária nessa transformação planetária.