A produção de matéria-prima para a fabricação de chás emprega milhares de pessoas no mundo inteiro. Mas nem sempre nas melhores condições. Além do dano ambiental causado pelas plantações, que muitas vezes recebem toneladas de fertilizantes, há ainda a exploração humana. Trabalhadores que atuam em más condições, sem salários adequados ou direitos garantidos, sem acesso à saúde e educação não são raros.

Como as folhas de chá crescem em regiões tropicais colocam em risco as florestas que ainda resistem, degradam o solo e ameaçam seus frágeis ecossistemas. O uso de defensivos agrícolas e pesticidas causam doenças nos trabalhadores, poluem o solo e os lençóis freáticos, condenam à extinção insetos polinizadores fundamentais para a sustentabilidade da natureza, como as abelhas.

TRANSFORMAR-SE PARA TRANSFORMAR

Em 2010 um comitê de sustentabilidade criado pela empresa Lipton estabeleceu que a produção de chá da companhia seria certificada pela Rainsforest Alliance a partir de 2015, uma grande inovação em uma empresa reconhecida há décadas como sinônimo da produção de chá. No século XIX, Thomas Lipton começou a trabalhar como camareiro em um transatlântico. Conheceu sua primeira plantação de chá no Ceylon (hoje Sri Lanka). Em 1871 abriu a primeira loja em Glasgow, na Escócia. Depois disso tornou-se referência.

Para mudar o rumo da história e assumir o compromisso de adotar boas práticas ambientais, sociais e de governança, ESG, na sigla em inglês, a empresa se tornou partidária de agendas de produção sustentável e consumo consciente no século XIX. Trata-se um caminho sem volta, pois seus líderes reconhecem que as corporações que não aderirem a esse movimento de produzir para transformar, para melhorar o mundo, tendem a desaparecer.

Lipton é parte importante da gigante anglo-holandesa Unilever, a maior companhia de bens de consumo do planeta, dona de faturamento de 53,7 bilhões de euros em 2017. Por determinação expressa de seus gestores, todas as embalagens da empresa terão de ser recicláveis e de fontes renováveis até 2025. Lipton adaptou os produtos e embalagens para que usassem menos matéria-prima e serem mais fáceis de descartar. As caixas e saquinhos são mais compactos e embalados em formato pirâmide, mais “amigo do ambiente”. Grande parte do papel utilizado tem a certificação do PEFC “Programme for the Endorsement of Forest Certification” e o FSC “Forest Stewardship Council”. Este certificado é atribuído aos fornecedores quando se comprometem em conservar florestas sustentáveis, que possuem um ecossistema protegido, e que honram os direitos dos trabalhadores locais. É o compromisso assumido no presente com a sustentabilidade no futuro: da empresa, da humanidade e do planeta inteiro.